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A TELA EM BRANCO

Fotografia: Armando Romão
                    

E de repente, ali estava... uma tela completamente em branco.


Que poderia eu fazer se fosse possível rebobinar toda a vida e fazer um novo filme para preencher aquela tela?


Porque aconteceu errado o que aconteceu tão errado? Porque partimos de premissas tão inabalavelmente seguras que de repente se tornam no seu contrário? Porque não é simplesmente possível começar de novo, como se o que aconteceu não tivesse acontecido? 


Num filme ouvimos entoações, observamos expressões, atingem-nos emoções exprimidas, histórias contadas. Por vezes choramos, rimos, cobramos afinidades imaginadas.


Entramos na tela, vivemos a acção de quem conta apenas uma história. 


Queremos transformar o final feliz na vida real. O horror é sempre apenas um filme, uma história contada. Apenas o final feliz, o final feliz, o final feliz....


Se eu pudesse reescrever o filme da minha vida, que mudaria? 


Como faria para encontrar o caminho para o final feliz?


Ou transformaria o filme numa inquietante história que deixa um montão de interrogações quando nos levantamos da cadeira?


Aquela tela em branco... o filme que nunca mais passa... o final feliz que nunca mais chega...


Nunca mais vou ao cinema sozinha, pronto!!​


30-01-2016

© Fernanda Gil.

Alhos Vedros - 2014 / 2017

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