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TEMPO

No silêncio da noite, esperei que viesses

Mas não estiveste lá

O tempo está a esgotar-se para mim

Mais um ciclo que se repete

Mais uma luta que terei de vencer sozinha

Porque tu

Tu vieste

Mas não chegaste até mim

Medo? Desencanto? Desilusão?

Não sei...

Só sei que as palavras que ouvi não foram tuas

Só sei que o abraço que recebi não foi o teu

Fotografia: Armando Romão
Texto: Fernanda Gil

carrego comigo toda uma vida
todos os sonhos que vivi
e mais os que deixei por viver
carrego comigo as lembranças
e até as desavenças
de um amor que já partiu
mas não me deixou
carrego comigo tudo o que vi
e até tudo o que imaginei
e enquanto o carregar
continuarei a caminhar
mesmo que tenha de me amparar
porque esta é a minha vida
a vida que eu carrego
é aquilo que eu sou!

Fotografia: João Ramos
Texto: Fernanda Gil

se eu quisesse um dia

fazer o parar o tempo

seria apenas por um momento

o tempo de captar

o riso do teu olhar

Se... mas eu não quero parar

o tempo do teu olhar

antes quero que esses momentos

perdurem em teus pensamentos

Fotografia: Fernanda Gil
Texto: Fernanda Gil

Talvez um dia, quando acordares, já não esteja a teu lado... talvez...

Talvez então te lembres de todas as palavras que não chegaste a dizer, de todas as atitudes que não chegaste a tomar, de todos os sentimentos que não chegaste a aceitar... talvez...

Talvez então já não queira ouvir as palavras, talvez os gestos já não tenham qualquer significado, talvez os sentimentos já estejam esgotados... talvez...

Talvez um dia, quando acordares, seja tarde demais...

Fotografia: Fernanda Gil
Texto: Fernanda Gil

O tempo corre, corre nas veias, corre no pensamento, corre... a vida corre com o tempo, e o sangue que nos corre nas veias, e o pensamento que tarda em parar de pensar. 
O tempo corre, a vida corre, o pensamento fica. 
Somos a vida que aconteceu, o tempo que passou, e tudo o que vivemos. 
Podemos apagar o pensamento, mas a vida, essa, já aconteceu e ficará para sempre na que está e na que virá...

Fotografia: Maria João Arcanjo
Texto: Fernanda Gil

Com esse olhar cansado, olhaste para mim
Rodo rodopiando, vivendo este fado
Levo nas mãos o manjerico almiscarado
Que as tradições não podem ter fim

 

Ai, Santo António, Santo António me valha
Não quero o casamenteiro, que já estou velha
Quero que me ajudes, que me custa a andar
E ainda tenho muito caminho para trilhar

 

Olhar cansado, não me olhes mais assim
Que não me acates, não podes entender
Os calos nodosos que me fazem doer
Toda esta vida que já passou por mim

 

(2016-06-13)

Fotografia: Armando Romão
Texto: Fernanda Gil

pintaram o meu tempo de cor e de luz
formou-se um arco-íris no meu pensamento
e quando sonhei os sonhos mais bonitos
a vida tornou-se mais fácil
correndo, fluída, por caminhos mais iluminados
não há dor, não há sofrimento, não há mentira, não há falsidade
nem ilusões perdidas
a vida é mais forte, a vida será sempre mais forte 
não há escuridão capaz de apagar esta luz imensa que me envolve
e me levará sempre e vencer
e quando me encontrares, saberás
que podes contar comigo, como eu conto contigo
hoje, aqui, ali, sempre
nesse lugar de laços profundos
que vive dentro do nosso coração

Fotografia: Fernanda Gil
Texto: Fernanda Gil

© Fernanda Gil.

Alhos Vedros - 2014 / 2017

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